A relação do casal deve ser diferente da relação entre pais e filhos
Publicado em 16 de Julho de 2025
Com a chegada dos filhos, é comum que as mudanças na rotina afastem o casal. Afinal, nada será como antes, as responsabilidades são outras e o tempo que tinham um com o outro também.
Neste momento, ocorre também o nascimento de uma nova unidade familiar: o holon parental. Apesar de ser produto do holon conjugal, este não deve ser relacionado de forma dependente àquele. São interligados, mas independentes.
Quando falamos da relação entre pais e filhos, devemos diferenciá-la da relação do casal. São relações que se perpassam e, muitas vezes, parecem se embaralhar, o que pode confundir as dinâmicas familiares. Quando essa diferenciação não está bem estabelecida, problemas importantes podem surgir e atingir todo o sistema, inclusive o conjugal.
Essas formações mal arranjadas podem ter inúmeras consequências. A mais comum é colocar o filho no centro e, a partir daí, criar um jogo de forças, como um “cabo de guerra”. Obviamente, as consequências são graves e profundas. Alguns casais, por exemplo, usam o filho como moeda de troca para alcançar determinada atitude do parceiro. Outros usam o filho como escudo para se protegerem de críticas às suas próprias falhas. Existem ainda casais em que os filhos se tornam mediadores de conflitos entre eles. E até casais que colocam sobre os filhos a responsabilidade pelo sucesso ou não da relação conjugal. A desordem da relação conjugal interferindo nas relações parentais e vice-versa pode se manifestar de inúmeras maneiras.
Assim, o casal deve manter bem estabelecidas as fronteiras do que pertence a cada esfera. Obviamente, os filhos são parte do casal e estarão sempre entremeados na relação, mas não devem ser responsáveis por ela, nem para sustentá-la nem para destruí-la.
A relação que o casal estabelece entre si diz respeito aos dois, em suas individualidades e dentro de um sistema familiar maior, mas sempre dos dois.
Onde você tem colocado sua relação?
Cuide da sua família e previna, assim, o surgimento de questões ainda mais complexas e prejudiciais.